2013-04-30

Autoavaliação no estado

A secretária de estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, diz que as operações de swap feitas pela refer entre 2001 e 2007 "foram sempre inteiramente adequadas e transparentes".



Ou seja, limpas. Efectuadas por pessoas do melhor calibre e competência. Sem sujidade. De acordo com todo os procedimentos correctos. Para esclarecer bem a coisa inclusive  o próprio IGCP, que faz a gestão da dívida pública, chega à conclusão que estas operações não são consideradas "tóxicas", mas apenas "exóticas". Fantástico malta.

Detalhes?
Vejamos...
Maria Luís Albuquerque, directora financeira da refer entre 2001 e 2007.
A refer contratou swaps enquanto Maria Luís Albuquerque era sua directora financeira.
Maria Luís Albuquerque é nomeada secretária de estado e chefia o IGCP.
O IGCP, sob tutela de , ora, Maria Luís Albuquerque, define o que são swaps tóxicos.
O mesmo IGCP, diz que os swaps da refer são "exóticos", mas não tóxicos, gerando apenas 40 milhões de euros em prejuizo.
Maria Luís Albuquerque continua secretária de estado, e eu continuo a pagar a dívida da refer.


2013-04-16

Game of Thrones, uma mão amiga

Quem viu o último episódio sabe o que as boas acções fazem. Tenta-se salvar uma "donzela", dar uma mão amiga, e quase que toda a gente "perde a cabeça" como na season 1.


Para mim Jaime Lannister é um dos grandes personagens da Série. Começa na Season 1 com "things i do for love", depois temos não só a relação incestuosa com a irmã, mas o desdém que ele tem para com tudo e todos.
É depois capturado pelos Stark, aprende humildade e tem umas lições de vida com a "cara de cavalo" Brienne. Quiçá, estava até a mudar, a mostrar um lado humano, e pimba... cá vai disto. Felizmente não será o fim dele (ou será?!?) e ainda temos muito game of thrones pela frente.

O que estão a achar da season 3 até agora?

2013-04-12

Defcon 3

Pela 1ª vez desde 11 de Setembro, os Estados Unidos estão em Defcon 3

O que significa Defcon 3? Significa que não existem ameaças iminentes de guerra nuclear, mas a situação está fluida e pode rapidamente mudar.

Se quando forem a este site:
http://defconwarningsystem.com/
Em vez do nível DEFCON tiverem leituras de radiação, então estamos com problemas.
Se não conseguirem aceder à página, então estamos com muitos muitos problemas.

2013-04-09

Coreia do Norte descobre o fogo.

Coreia do Norte descobre o fogo.

7 dias depois dominam a roda.

Cerca de 2 meses depois começam a usar pontas de seta feitas de pedra.

Porque  vão voltar à idade da Pedra se a retórica nuclear continuar:

IA, o exemplo prático em Crusader Kings 2

Nos últimos anos, quando se fala em IAs ( inteligências artificiais) no meio das tecnologias, vem logo à mente o xadrez, em que já nem se fala em jogos entre humanos, mas sim máquinas. Ou talvez os drones, que identificam possíveis alvos para confirmação humana. Mas serão estes casos verdadeiras IAs?

O xadrez é um caso em que as regras de jogo já estão mais do que dissecadas. Já não existem variáveis. Criatividade não é factor, existem as jogadas óptimas para cada situação ou as que levam à derrota. Já só interessa o tempo de computação.



O caso dos drones é diferente. Processamento de imagem, padrão de voo, comunicação encriptada, para mim, é tanta inteligência como uma bola a rolar do monte a baixo. Faz aquilo que faz (que é rolar), ou neste caso, identificar padrões.



Trago aqui para a mesa de discussão então o meu favorito Crusader Kings 2. Como sabem por posts anteriores, é um simulador medieval, que vai deste 1066 até quase ao advento dos descobrimentos. Para onde é a IA aqui chamada? Bom, para mim, é um exemplo clássico de "pensa eficaz", em vez de "pensa grande". Passo a explicar.

Cada pequenina região no mapa tem um nobre que a governa a partir de um castelo. E um Burguês que responde pela(s) cidade. E um mebro do clero que responde pelas terras da igreja na região. Para além disso, um nobre pode depois ter títulos que lhe dá poderes sobre várias regiões, ou países, ou até impérios. Só isto faz uns milhares de personagens em toda a Europa. Adicionamos depois mensageiros, nobres sem terras, casamentos que dão origens a filhos (que podem vir a ter terras, ou não), etc, etc, etc, e ficamos com um número infindável de personagens nesta Europa.



Crusader Kings 2 simula os comportamentos desta gentalha toda. E simula bem, com utilização mínima de recursos da máquina! O que acontece, é que em vez de ter algoritmos super complexos, que tentam simular comportamentos humanos, desde traição a cobiça, Crusader Kings 2 pega na base do comportamento.

Cada personagem tem defeitos e virtudes que se comportam como "código genético". Para além deste código genético, há certos princípios a serem respeitados, como desejo de sobreviver (fora de uma prisão), manter aquilo que tem e cobiçar o que é de outros. Se cobiça o que é de alguém de família, ou apenas o que é de alguém de outra religião já é definido na "genética" da personagem.



Exemplo: O nosso Afonso, o Henriques, com os traços de bravo, ambicioso, honesto e agressivo é naturalmente propenso a atacar a expandir território (e a bater na Mãe), e faz com que as suas relações com personagens cobardes e/ou falsos se deteriorem. Não há aqui cálculos complexos de relações, é simples preto e branco. É sim a mistura destes traços que traz a dinâmica para o sistema.

Imaginem o adorado Irmão de Afonso(que ainda não se casou), que é o próximo na linha de sucessão e, sendo nobre, deseja um título. Numa escala de -100 a 100, estará digamos em -40 de relações, porque (-20 deseja o título de Rei, e -20 deseja um titulo nobre). Afonso, esperto que é, para tentar apaziguar o irmão dá-lhe um título e terras do clero. Ora, um membro do clero, que não pode casar, ter filhos, ou herdar... A relação passa de -40 para -100.



Bolo em cima da cereja: uma criança, ao nascer, vai herdar traços dos país (exemplo: glutão), mas também traços de quem o educa até ser maior de idade, e pode por fim ganhar ou perder traços conforme o que lhe aconteça na vida (Se o nosso Afonso estiver à beira da morte depois de uma batalha, pode vir a perder o traço de bravo e ganhar o de cobarde\inválido).



Só só só para terminar este cocktail que define comportamentos, temos reinos\condados definidos no mapa. Se o reino de portugal estiver metade controlado, digamos, por um conde católico e a outra metade por um muçulmano, teremos inevitavelmente fonte de conflito, pois ambos querem unir o reino.











2013-04-07

A Guerra Fria nas escolas

Como bem sabem, no início da década de 40 grande parte da Europa estava sob jugo Alemão. Os poucos "neutrais" (Portugal, Espanha, Suiça...) eram de tal modo irrelevantes militarmente que podem bem ser esquecidos do mapa neste período da história.

Avançamos para 45-46, e a Europa é libertada por (grande parte) forças Americanas e começa assim a ideia do "Ocidente", moderno, culto, informado vs a hoste vermelha Soviética (escravizados, sem cultura, drones em fábricas).

Ainda hoje, na Europa, existem 2 histórias que se contam sobre a segunda guerra mundial:

  1. A História onde os USA deram totalmente cabo da máquina de guerra Alemã, e salvaram o mundo da tirania.
  2. A verdadeira História.
Escrevendo nos livros de história e não só, até com a cultura de Hollywood foi-se criando a primeira versão, que, em linhas resumidas, é algo como isto:
  • 1939 - Alemanha invade e conquista Polónia
  • 1940 - Alemanha invade e conquista França e Paises Baixos
  • 1941 - Alemanha invade URSS
  • 1943 - Aliados desembarcam na Sicília.
  • 1944 - Dia D, desembarque na Normandia
  • 1945 - Aliados chegam a Berlim, acabando a guerra na Europa
O Elefante branco no meio disto tudo é este:


A "Frente Leste" é apenas a maior operação militar da história da humanidade. Podemos pegar e somar todos os outros teatros de guerra de 39 a 45, e a frente leste continua a ser maior. 10 milhões de soldados soviéticos mortos (20 vezes as baixas americanas na guerra), onde se adicionam 14 milhões de civis.

Vamos falar de panzers. No total da frente Americana, 5710 blindados aliados destruídos  para 839 alemães (ratio 1:7). Frente Este, 83500 blindados soviéticos destruídos, para 2735 panzer alemães (1:30).

80% das divisões de infantaria alemãs estavam na frente Este. 
As alemães que ocupavam a França em 44, eram os demasiados feridos e cansados para lutar na Frente Este. O estado do exército alemão na Europa era tal debilitado que faltava diesel para o transporte móvel de infantaria, é o que chamamos de "bater no ceguinho". No entanto, temos isto em prime time:


Percebo a ideia, os vencedores escrevem a história, mas nem sequer um nota de rodapé quanto ao esforço Russo é triste. É triste para os 80% de homens russos nascidos em 1923 que não sobreviveram para além de 1945.

Ficamos então com a "cruzada pela liberdade" Ocidental. 




O que têm a Coreia do Norte e o Irão em comum?

Tenho dado alguma atenção especial em relação à situação na Coreia do Norte.
Sempre olhei para a situação como sendo a birra de um miudo, fruto da lavagem cerebral do pai, ou seja, acreditava realmente naquilo que o papá dizia...

No entanto pergunto-me, não seria isto a perfeita desculpa para uma invasão do Irão pelos Estados Unidos da América?
Observem este artigo de um jornal japonês.


North Korean nuclear crisis could speed up action on Iran


Pois é... Se a Coreia do Norte ousar sequer disparar um míssil  vai ser a razão perfeita para os Norte-Americanos dizerem "Bem avisamos! Olhem ali o Irão que também quer fazer o mesmo!"
Cada vez mais acho que todo este escalar da situação, poderá ter sido criado internamente pelos próprios Americanos... afinal de contas, que melhor maneira de meter meio-mundo a odiar armas nucleares com o extra de conseguir meter a China e a Rússia a apoiar uma futura invasão do Irão.