2019-04-29

Avengers: Endgame

Portanto primeiro a parte em que vos asseguro de que não vou dar spoilers.

Agora não é pior linkar a review do filme anterior, uma vez que grande parte do que disse acerca dele se aplica, particularmente a parte em que menciono os títulos e as datas dos filmes que é preciso ver antes de se poder devidamente entender o filme, acrescentando agora "Ant-Man and the Wasp" (2018) e, como não podia deixar de ser, "Avengers: Infinity War" (2018)*.

Então, o filme... Deixem-me começar por dedicar o resto deste parágrafo à enunciação meticulosa de todas as falhas, defeitos, erros e asneiras que encontrei nesta primeira vez que o vi.

Agora que tratámos da parte desagradável, as partes positivas, ou melhor, a parte das partes positivas que não contém spoilers: Antes de mais, a sensação com que o filme me deixa de que ter andado 11 anos a ver filmes com as mesmas personagens desempenhadas pelos mesmos actores atrás do mesmo objectivo não foi uma estopada de proporções decagenárias; pelo contrário, mais que uma vez o filme practicamente piscou o olho aos membros da audiência que se lembravam da primeira vez que o Robert Downey Jr. enfiou um capacete vermelho e dourado (e o mundo nunca mais foi o mesmo). Semelhantemente, o filme, que conclui duas dezenas de filmes antes dele, mistra ter aprendido com as melhores partes dos seus predecessores, indo às campas dos seus antepassados buscar o que resultou melhor e revitalizando-o com a sua energia própria. A trama subverte as expectativas do espectador mais que uma vez, por um lado, mas indicia e deixa adivinhar elementos mais tardios de vez em quando, para quem está a ver o filme com os dois olhos. Um pouco à semelhança de "Thor: Ragnarok", "Avengers: Endgame" assegura-se de que há momentos "Fuck yeah!" suficientes para satisfazer o público, mas não tantos que sature. Mais à imagem dos "Iron Man" e "Ant-Man", o filme, longe de ser um festival de pancadaria épica e mais nada, dá-nos a entender a "ciência" por detrás das mecânicas mais fantasiosas, e de maneira suficientemente simples que um leigo compreenda (mais ou menos) o que se passa na física curiosa deste universo (cinemático da Marvel. Ando a dizer estas três palavras juntas há tanto tempo que já mal consigo separá-las...).

E, depois, há o final... e não vou dizer que não tenha gostado do final, mas direi que, dpois deste final, se não soubesse já que já filmes anunciados para depois deste, atrever-me-ia a sugerir que não houvesse mais, pelo menos durante uns anos, talvez cinco a dez. No entanto, sabemos que estão anunciados (e, provavelmente, pagos, e, certamente, contractualmente obrigados) mais filmes, como sejam "Dr. Strange II" e "Captain Recast II" (working title). Não é spoiler dizer que, ao contrário do que a Marvel nos habituou, este filme não tem cena nem durante nem depois dos créditos (mas os Vingadores "originais" (Johansson, Downey, Evans, Ruffalo, Renner, Hemsworth) vêm acreditados em soberbos painéis, acompanhados da assinatura de cada actor, o que eu achei mais ou menos tocante), e, sinceramente, depois deste filme, não sei se algum dia quero ver um filme da Marvel feito depois deste (OK, excepto o Dr. Strange II. Benedict Cumberbatch nunca é demais...).

O filme é um espectáculo, mas fiquei um bocadinho triste...

Pax vobiscum atque vale.

* Talvez vos lembreis que saiu há pouco tempo um outro filme da Marvel, protagonizado por uma fulana loira, desonesta e incompetente, cuja personagem principal também tem tempo de écran neste filme (menos de 12 dos 182 minutos do mesmo). Podereis sentir-vos tentados a vê-lo antes de irdes ver o "Avengers: Endgame" (2018), mas, se o fizerdes, que não seja sob a ilusão de que tendes de o ver para apreciardes devidamente o "Avengers". O filme é perfeitamente dispensável, e tudo o qyue tendes de saber sobre esta "nova" personagem é que voa, dá socos e não sabe que o ano de 1922 aconteceu. Viram, nem um único spoiler dei...!