2012-07-30

Código fascinante

Antes de mais nada, deixem-me dizer-vos que estou uns dias em Portugal. Também tenho direito a férias.

Agora, o sumo da questão. Ontem, um grande amigo meu, que eu já não via há sete meses, perguntou-me qual era o meu fascínio por programar. E digam lá que não é uma questão interessante?

Na altura, disse-lhe que é porque tenho um certo complexo de Deus. Ele, que também cresceu, como nós, com jogos de computador, compreende bem que os jogos constituem uma realidade alternativa, que, se não é exactamente tão real como a "nossa", é, pelo menos, igualmente gratificante. Ora, na qualidade e programador, nessas diversas realidades, somos deuses. Quando não, considerem o seguinte: se, neste exacto momento, vos entrasse, digamos, um hydralisk pela casa adentro, atrevo-me a dizer que estáveis feitos ao bife (e, brevemente, feitos em bifes. E costeletas. E lombo. E iscas de fígado). Mas os hydralisks não existem na mesma medida em que nós existimos. Por outro lado, enquanto programadores, não só não temos nada a temer de um hydralisk (enquanto ele esteja alegremente a devorar Marines e nós do outro lado do écran) como também somos capazes de definir não só as propriedades mas também o comportamento do hydralisk. E, convenhamos, o hydralisk é uma criatura imponente, mas completamente subjugado à nossa vontade. Power Trip!

Mas enfim, esta foi a minha resposta. Agora, gostava é de saber as vossas respostas. E claro que não me esqueci que nem todos os participantes e autores deste blog são programadores (ou principalmente programadores), mas tenho cá para mim que a maior parte tem, pelo menos, pus bocadinho de experiência a programar.

Finalmente, se, de facto, um hydralisk vos entrar pela casa adentro, provavelmente o melhor é pararem de fumar essas cenas...

Paz vobiscum ataque vale.

2 comments:

Peres said...

Pessoalmente, e sendo o meu trabalho 80% fazer desenvolvimentos para um software de gestão (adatar o software ao modelo de negócio do cliente) o meu fascínio em programar é:

- Não há chapa 7. Grande parte dos problemas exigem um processo criativo único, e solução uníca. Não é como o tipo do call center que tem a folhinha á frente para seguir.
- O sentimento é igualável ao castelo lego que montei aos 10 anos. Temos as peças, a ilustração final (na cabeça) e depois do trabalho feito, aquele sentimento gratificante de "job well done soldier! (now, do more)"
- Mandarim. Ao contrario de grande parte dos trabalhos na sociedade, programação continua desconhecida para a sociedade ("isso é aquela coisa dos computadores né?, eu tirei um curso de word, mas nã percebo nada disso"). Isto permite momentos hilariantes quando tentas explicar um dia de trabalho a um comum dos mortais.

ArabianShark said...

Na minha experiência a programar jogos, não se s concordo inteiramente com a parte de não haver chapa 7. A verdade é que quase todos os jogos que eu faço partilham uma data de ficheiros de código, a maior parte dos quais sem tirar nem pôr e alguns ligeiramente modificados de um jogo para o outro.

Lá a parte do castelo de Lego não posso contestar. A elação de chegar ao fim e olhar para um programa de que estamos orgulhosos é inigualável.

Realmente é engraçado ver os não informáticos a tentarcopreender o que nós fazemos.

"Adatar"? Aderiste ao novo acrodo ortográfico?