2012-03-03

Queda de Bizâncio, parte 1

Não se pode dizer que o império romano tenha deixado uma marca ligeira na europa. Antes pelo contrário, aquilo que hoje chamamos de europeus e cultura europeia é ainda o que resta da influência do império romano. Como sabem, a queda do império romano marca o início um período de retrocesso conhecido por "dark ages". Os povos europeus dividiram-se em pequenos feudos e lutavam entre si enquando o médio oriente e norte de áfrica prosperavam em todas as áreas.

Mas aqui se gera um mal entendido. O império romano não acabou efectivamente quando a dark age europeia começa. O império romano estava já no século V dividido, em ocidente e oriente, um com capital em Roma, e outro em Constantinopla. É sobre este império romano do oriente que gostava de dedicar este post.


Embora na época fosse conhecido como "Império Romano", ele chega aos nossos dias como "Império Bizantino", e acabou apenas em 1453. A sua capital, Constantinopla albergava mais de 500.000 pessoas, o que fazia das cidades europeias da altura meras vilas desabitadas. Com 3 filas de muralhas reforçadas, e sendo o grande ponto de passagem para qualquer caravana ou peregrino que se dirigisse para a Ásia era uma cidade ao mesmo tempo próspera e inexpugnável.


O que acontece ao longo de quase 400 anos entre 1071 e 1453 é uma verdadeira tragédia que moldou o futuro da Europa.

1071 - Manzikert
Os turcos do império Seljúcida há muito tempo que testavam as fronteiras do império bizantino, e não esquecer que Bizâncio era na época a única coisa que impedia o expansionismo àrabe de chegar aos fragmentados reis católicos da europa.
É nesta data que o próprio imperador Romanos IV Diogenes lidera um exército de 70.000 contra 30.000 turcos liderados por Alp Arslan. A batalha é um desastre.
Os bizantinos, dispostos numa formação clássica em 4 "blocos", e organizados em centro, flanco esquerdo, flanco direito, e reservas esperavam uma batalha fácil. Os turcos, dispostos numa formação de meia lua e com grande parte do exército composto por arqueiros, apenas tinha de recuar sempre que os bizantinos tentavam apróximar distância, enquanto os outros flancos da meia lua faziam choviam flechas entre os inimigos.



Quando o imperado é forçado a recuar o centro sob a chuva de flechas, o flanco direito não percebe a ordem e em vez disso avança. Quando vê o resto do exército a recuar pensa ter sido traído e são desbaratados pelos turcos. A retaguarda dos bizantinos, em vez de cobrir o recuo do exército, foge para o acampamento, deixando o flanco esquerdo sozinho contra uma hoste de turcos.
O centro do exército bizântino é depois cercado, e o Imperador Romanos IV Diogenes capturado com vida. O que se passa depois é material de lendas. Quando Romanos é levado à presença de Alp Arslan, o seguinte diálogo acontece:
Alp Arslan: O que farias se eu fosse levado perante ti como prisioneiro?
Romanos: Provavelmente matava-te, ou talvez te exibisse primeiro pelas ruas de Constantinopla.
Alp Arslan: Vou-te fazer pior. Eu perdoo-te, e dou-te a liberdade.
Alp Arslan não podia estar mais perto da verdade. Romanos volta a Constantinopla humilhado e derrotado, é deposto como Imperador, arrancam-lhe os olhos e fazem-no andar pelas ruas de Constantinopla atado a um burro. Os próximos 400 anos são marcados por lutas de poder interno, guerras civis, maus imperadores e em pouco tempo Bizâncio perde todos os seus territórios asiáticos

3 comments:

ArabianShark said...

Provavelmente não tem anda a ver, mas o My Confined Space, volta e meia, e fica todo perdido da cabeça com uma ou outra imagem da Gemma Arterton em qualquer coisa chamada "Byzantium". Valerá a pena?

Peres said...

Parece ser série roscof de vampiros

ArabianShark said...

Grave pleonasmo...