Tendes uma caixa do correio em vossa casa? Que lá achais?
Eu posso, com toda a certeza, afirmar que 95% de tudo o que pára na minha caixa de correio é lixo. Ou é publicidade ao Lidl ou à Worten (dois sítios que eu não recomendo a ninguém), ou a campanha eleitoral de algum candidato a autarca/vereador/deputado/ministro/presidente em quem eu não hei de votar (porque eu moro em S. João, mas voto em Viseu) ou cartas para o inquilino anterior (que não quer sequer que quem lhas manda saiba onde ele pára - não era uma pessoa honesta). Mesmo as cartas que cá vêm parar "legitimamente" (ou seja, são para mim e vêm em meu nome) são, na vasta maioria dos casos, bem, lixo outra vez - geralmente, facturas de serviços que eu pago por débito directo e que, em todo o caso, posso consultar online, fazendo gastar muito menos energia, dinheiro, tinta e papel.
Ocasionalmente, lá cai na caixa alguma coisa que eu quero, mas, mesmo assim, não é a coisa que lá cai, mas antes um papel a dizer que tenho que ir buscar a coisa a uma loja. Na maioria dos casos, essa coisa deveria ter-me-sido entregue em mão, se não porque não cabe na caixa do correio, então porque vem por correio registado e é necessário que eu assine o comprovativo de que recebi o que me era devido, mas o carteiro não está para se maçar a entregar cartas.
Ora, para ter que ser eu a ir buscar o meu próprio correio a algum lado não preciso que exista um carteiro - basta que alguém me diga, por telefone, e-mail, SMS ou grito na rua (eu sou flexível nesse aspecto), que está na altura de ir buscar o "correio". Aliás, nem me importo de ter que lá ir todas as semanas só para saber se tenho ou não correio, desde que não andem a tirar dos meus impostos para pagar a quem se recusa a trabalhar.
Infelizmente, que eu saiba, não existe maneira de prescindir dos serviços dos CTT em contrapartida de uma redução dos impostos, mas, pergunto eu: Por que não?
A sério, por quê? Para que raio ando eu a pagar os salários dos CTT?
- Para chegar a uma loja e me mentirem, obrigando-me, erroneamente, a ir a outra, do outro lado da cidade?
- Para chegar à outra loja e deparar-me com 50 pessoas à minha frente, mas só 3 de 10 balcões a funcionar?
- Para não ter onde me sentar durante mais de uma hora enquanto espero, nem onde possa comprar água ou comida, nem sequer uma casa de banho?
- Para ter de atafulhar um parquímetro com quantos trocos tenho e mesmo assim não saber se estarei despachado antes de o tempo acabar?
- Para, no fim disso tudo, ter que voltar à primeira loja?
- Para, quando lá chego, já estar fechada?
Para o caralho que os foda a todos, digo eu!
Agora a preocupação fremente dos políticos deste país, se bem precebo, é convencer-nos de que o Trump é um lunático e de que os refugiados que andam a violar mulheres à desgarrrada na Suécia, na Alemanha e na França são bons e necessários para sermos multiculturais porque não se pode não ser isso, por um motivo qualquer que ninguém me explica, mas, quando esta pancada passar (disse ele, com uma cara 150% séria), o que eu queria mesmo era um processo, mediante o qual eu deixo de poder enviar ou receber cartas ou encomendas pelos CTT, mas também deixo de lhes pagar para não trabalhar.
Porque, sinceramente, pensai no que estamos a fazer: quase todos os membros da minha família imediata mais velhos que eu são, foram ou trabalharam como professores, e uma frase que me contam de repetir aos seus piores alunos é "se você fosse seu patrão, você despedia-se!". Adaptando, imaginai que sois patrões dos CTT e dizei-me que os não despedieies? É que eu mandava-os para a fila do IEFP tão depressa que a inevitável multa por excesso de velocidade lhes chegaria a casa antes mesmo deles terem acabado a sua viagem (naturalmente, porque não seriam eles a entregá-la).
É que mesmo que nos esqueçamos que os CTT representam, efectivamente, um monopólio, vejamos: um serviço qualquer medíocre, deixais de usar. Deixando de o usar, deixais de lhe pagar. À falta de pagamento, o negócio fracassa, pelo que os seus dirigentes e funcionários trabalham no sentido de melhorar o serviço. Mas os CTT são pagos - e é do vosso bolso; não julgueis que existe um fundo mágico para pagar especificamente a quem não quer trabalhar (se bem que...) - independentemente de terem utilização ou não. Mais: mesmo que houvesse uma alternativa, por ventura privada, aos CTT, eles estariam, regaladamente, a ser pagos para não ter trabalho - e quem se lixa são os 10 milhões de parvos que lhes enchem os bolsos porque não têm processo de não o fazer.
Vinha eu encorajar-vos a boicotarem os CTT, mas qual de nós não já faz isso? Quantos de nós escrevem cartas e as enviam pelo correio? Quantos de nós recebem encomendas pelos CTT porque, apesar das alternativas, é este o serviço que preferem? Quantos de nós ficariam incomodados se tudo o que querem receber nas suas caixas do correio físicas passasse a cair directamente no e-mail?
Chamem-me de revolucionário, se quiserem, ou de anarca, ou de Nazi (niguém, que eu me lembre, se lembrou ainda de me chamar de Comuna...), se quiserem, mas eu defendo acerrimamente a eliminação imediata dos CTT, dos postos de trabalho que eles representam e, em muitos casos, de quem os ocupa também - Vasco, carteiro em S. João da Madeira, que és demasiado preguiçoso para me tocares à campainha, demasiado cobarde para me assinares o papel legivelmente, demaisiado incompetente para assinalares devidamente no aviso em que loja deixaste a encomenda que me devias ter trazido, demaisiado incauto para preencheres devidamente o aviso em causa, demasiado analfabeto para escreveres "Alemanha" correctamente no campo do rememtente e demasiado burro para veres que a carta veio de Inglatera; agora estou a falar de ti.
"Eh, pá; tem lá calma...!"
O caralho é que tenho calma! A ter calma é que esta "terra de brandos costumes" descaiu no lodaçal em que está! Vede os ingleses - toda a calma fleumática por que são conhecidos deixou-os numa trampa de uma situação em que não só são os párias da Europa, mas também vêem-se agora a braços com um sistema nacional de saúde que bateu no fundo do poço dos seus recursos enquanto imigrantes desregulamentados da Síria e do Paquistão o sobrecarregam com as suas maleitas e as suas vítimas, o crime violento a subir em todas as vertentes e uma ientidade cultural que só existe nos livros de história e nas memórias que quem chora ao lembrar-se do que aquele país, noutros tempos, foi. E assim concluo que não só não, foda-se; não tenho o caralho de calma absoluta-foda-mente nenhuma, como também, se tendes vós calma, então sois parte do problema!
Envergonha-te, Portugal...
Pax vobiscum o caralho; hoje, convoco-vos a todos para a guerra aberta conta a mediocridade que tomou conta desta terra!
Si vis pacem, para bellum!