Ora bem, antes de mais, e com algum atraso (porque mais ninguém se maçou com fazê-lo), DJIMGOLBELS, CRL, DJIMGOLBELS!
Seguidamente, chamo a vossa atenção para este artigo.
TL;DR, o Richard Hammond, famosamente outrora do Top Gear, e famosamente agora do Grand Tour, fez uma graçola acerca de homens que comem gelados serem homossexuais e certos indivíduos ficaram ofendidos.
Antes de partirmos para uma análise cuidada de uma piada parva (no bom sentido) e de uma reacção exageradamente parva (no mau sentido), estabeleçamos que, ainda que o Hamster ache que um homem adulto a chupar um Magnum, um Mini-Milk ou mesmo, concebivelmente (ou talvez especialmente) um Calippo dê um certo ar de gay*, nenhuma pessoa razoável acreditaria que o Hamster ache que um homem adulto a chupar um Magnum, um Mini-Milk ou mesmo, concebivelmente (ou talvez especialmente) um Calippo seja necessariamente gay*.
Ora, para que não restem dúvidas, este vosso antigo colega e amigo deu-se ao trabalho de transcrever toda a conversa relativa à piadola:
(não é que não me tenha lembrado de traduzir a conversa, mas há aqui alguém que precise disso?)
Jeremy Clarkson: Bit more conversation for you...
Richard Hammond: Oh, good!
JC: I think, with the exception of Rolls-Royce, Volvo now make the best car interiors of anybody. (a audiência reage) They're very, very good.
James May: Weirdly, I don't like to, but I agree with you, because I went in the new S90 the other day and the interior is superb.
JC: We've got a picture of it here.
JM: Yes, that one!
JC: The thing about it is, they use pale colours. They've got pale coloured seats, pale coloured carpets, pale wood and that makes it feel light and airy and spacious. The only problem is that in one of those you couldn't enjoy a chocolate Magnum ice cream.
(a audiência ri-se)
RH: It's alright; I don't eat ice cream. Something to do with being straight.
(a audiência ri-se clamorosamente e aplaude)
JC: Why are you applauding it? What do you mean? Are you saying everyone who like ice... so you're saying...
RH: Well, you know, ice cream is a bit... you know...
JC: You're saying all children are (entredentes) homosexual.
RH: No. But... There's nothing wrong with it, but a grown man, eating an ice cream it's... you know, it's a bit... it's that way (gesticula para a esquerda) rather than that way (gesticula para a direita). It's just...
JC: (para a câmara) Welcome to the inside of Richard Hammond's head.
RH: I'm right! I can't believe you can't see that. It's easy; it's in front of you.
JC: You could enjoy a '99**** in there.
RH: You mean a 69.
(a audiência ri-se)
JC: No, 99. But it couldn't have the chocolate thingy. (gesticula, emulando, com o dedo indicador, um 99 cent flake espetado obliquamente na bola de gelado)
RH: My case rests!
(a audiência ri-se)
JC: No, the chocolate thingy...! (gesticula como antes, mas mais enfaticamente)
JM: But if you had a Volvo, if you had that Volvo, you could have a white Magnum....
JC: True.
JM: ... or a Milky Bar.
JC: Yeah, but not a Double Decker.
JM: Well, a flake is worse...
JC: No, Double Decker's worse.
Depois seguem para uma discussão acerca de qual chocolate faz mais migalhas.
Agora quero chamar a vossa atenção para dois parágrafos do artigo para o qual linkei (linquei? Lin Kuei?):
Primeiro - "In front of a live audience, Clarkson pointed to an image of the interior of a Rolls Royce, saying: “The only problem is that in one of those, you couldn’t enjoy a chocolate Magnum ice-cream.”"
- Era um Volvo, sua imbecil (Elle Hunt, autora do artigo)! Nem um Volvo de um Rolls-Royce distingues e tens a audácia de querer criticar seja que iota for de um programa de automóveis?!
Segundo - "A spokesman for LGBT equality charity Stonewall said Hammond’s choice of words were not only ridiculous, but “chosen purposefully to mock and belittle”."
- OK, tendes todas as palavras que o coitado do Hamster disse acerca do assunto escritas ali acima. Agora dizei-me quais é que "gozam e fazem pouco" dos homossexuais? Seja lá quem for que financia este cobarde miserável, que nem sequer se dá ao trabalho de fazer por que o seu nome acompanhe as suas palavras como convém a qualquer pessoa que fale com a convicção de manifestar os valores que acredita serem correctos, sabe ao menos para onde vai o dinheiro? É que se me dissessem que eu andei a pagar os almoços e os SMS deste escroque a quem não posso sequer dirigir devidamente os insultos que merece ia haver uma série de rabinhos muito vermelhinhos entre eu e ele...
Porra, qualquer dia, se mandar uma topada com o dedo grande do pé na mesa de café, nem "foda-se" posso dizer sem ser multado... Foda-se!
Pax vobiscum atque DEUS VULT!!!
* = Aqui uso o termo "gay" desconotadamente, ou seja, isento de qualquer deterimento ou pejoratividade, não vá algum paneleiro** ofender-se.
** = Aqui uso o termo "paneleiro" independentemente da orientação sexual do sujeito. Fazendo minhas das palavras do cómico e actor*** Louis C.K. (traduzidas por mim), eu nunca chamaria um homem homossexual de "paneleiro", a não ser que ele se estivesse a armar em paneleiro.
*** = Aqui uso o termo "actor" na sua gloriosa "antiga" ortografia. Se algum paneleiro** se ofender com isso, TANTO MELHOR!!!
**** = '99 refere-se a um "99 cent flake", uma folha fina e quebradiça de chocolate enrolada na forma de um cilindro que se esboroa em lascas e migalhas com facilidade, que também é o nome de um gelado servido em cone com um 99 cent flake espetado. [citation needed]
7 comments:
Coincidencia: estive a ver um video youtube do RAP acerca do politicamente correcto.
Isto anda tudo muito macaco e muito ofendido.
Link, sff.
https://youtu.be/BLfoghP7mP8?t=46m23s
OMG, tão bom! Ainda só vi 12 minutos e já decidi que quero ver desde o princípio. +1!
É o chamado thought crime.
Convido-te a ler isto http://expresso.sapo.pt/blogues/blogue_contrasemantica/2016-12-17-Sabias-que-es-de-direita- .
Se bem percebi este artigo, para ser de esquerda tenho de aceitar que as mulheres, os pobres, os negros e a comunidade LGBT são a "parte mais frágil da sociedade". Ora, eu, se fosse uma mulher pobre, negra, lésbica e transsexual estaria agora furioso (ahem, furiosa) de que uma branca priviligiada tivesse tido a ousadia de me "marcar" como uma fracota que precisa desesperadamente que tomem conta de mim, que eu sou incapaz de o fazer por mim mesma, e que se deixa derrotar por uma piada insalubre.
Conversamente, havia um certo chefe de estado Alemão de quem se falou muito entre '39 e '45 e que eu acho que não era de esquerda, mas que achava que certas minorias eram suficientemente fortes para serem consideradas uma ameaça - e depois tomou uma atitude feia para se "proteger" do que considerava ser um perigo iminente.
Portanto, eu, que fui criado, em enorme parte, pela minha mãe e pela mãe dela, ambas senhoras emancipadas que trabalhavam e eram excelentes cozinheiras (a propósito de nada, mas dejá vu), e que, à força de as ver triunfar na vida sem o menor indício de fragilidade e de ter tido colegas de variadas etnias e colegas de outras orientações sexuais que sempre foram perfeitamente capazes de coexistir em sociedade, independentemente das diferenças que os distinguiam da maioria, sem nunca mostrar fraqueza, fragilidade, insuficiência ou necessidade de ajuda extraordinária ou qualquer cuidado especial, não consigo ver qualquer destes grupos como "a parte mais frágil da sociedade", não posso senão ser o próximo Hitler.
E pensar que ainda o ano passado me apresentava como "um libertariano progressista centrista largamente apolítico com inclinações de esquerda"...
Mas que grande video Sintra, obrigado
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