2013-12-02

Dos feriados aniquilados

Ontem, como os meus estimados antigos colegas e amigos se hão de ter apercebido, para além de Domingo, foi também 1 de Dezembro. À conversa com a minha mãe por telefone, mencionei que o feriado coincidia com um Domingo (o que é um enorme desperdício de uma oportunidade de passar um dia sem trabalhar). Foi então que a minha mãe me disse ou relembrou (andando afastado de Portugal, estas coisas escapam-me, às vezes) que, de acordo com as medidas de austeridade, quatro feriados foram removidos do calendário: dois religiosos e dois civis.

Dos feriados religiosos não me apraz dizer nada. Afinal de contas, Portugal é um estado laico, e "impor" uma folga por motivos de uma fé à qual o Estado não pertence é só uma desculpa para não trabalhar, mas fazer gazeta de vez em quando sabe tão bem que não me queixo.

Debrucemo-nos portanto sobre os feriados civis que foram subtraídos ao calendário: o 5 de Outubro e o 1 de Dezembro, ou, por outras palavras, a instauração da República e a restauração da independência.

Eu acho que diz muito acerca do nosso país que o Estado tenha escolhido estas dois feriados em particular para abolir. Deixe-se de celebrar a República. Deixe-se de celebrar a independência. Sejamos uma massa disforme de cidadãos de uma terra dependente e desgovernada. Deixe-se de celebrar o 10 de Junho também e talvez para o ano Portugal já nem nome tenha. E isso vai complicar as coisas, caso nos qualifiquemos para o Mundial de 2014*.

Pax vobiscum atque vale.

* = é perfeitamente possível que, a haver um campeonato internacional de futebol em 2014, este seja europeu e não mundial. Se assim for, façam a substituição (trocadilho futebolístico, wahey!) nas vossas cabeças enquanto se riem do facto de eu não perceber nada da bola.