Para quem não percebeu logo, o título contém um ponto de exclamação sarcástico. Just so you know. Adiante...
Estive há pouco tempo numa loja da Apple em Covent Garden, onde tive oportunidade de experimentar um iPad. Confesso que estava curioso para ver como raio era o objecto de tanto amor-ódio. Fiquei não só a conhecer bastante bem o iPad como também tanto o amor como o ódio. Agora, também eu adoro-odeio o bichoco.
Convenhamos, o aparelho é lindo. Elegante e esguio, leve, e bem concebido por todos os lados. Seria um bocado tendencioso da minha parte dizer que o software é extremamente simples, fácil e intuitivo de usar, já que há anos que uso um iPhone, que é basicamente igual, mas não é tendencioso dizer que o interface é quase tão bonito como a vasta maioria das modelos britânicas (e aqui escuso de vos dizer que sou tendecioso, e não é pouco). O pouco que usei o bicho deu para entender que não se lhe aponta nada ao funcionamento: rápido, fluído e graficamente impecável Até o teclado virtual funca que é uma maravilha. Imaginei-me logo, dali a dias, no avião de regresso, a fugir a uma seca incomensurável durante o vôo, ou com o iPad numa bolsa, só com os auriculares a ouvir música (assim mais ou menos como faço com o meu iPod, se conseguirem imaginar), ou também com os auriculares, para não chatear ninguém, mas a ver algum filme ou série. Também me imaginei logo a ler e-books com aquele instrumento miraculoso. Resumidamente, citando Tony Stark acerca de (quem ele julgava chamar-se) Natalie Rushman, "I want one". Compreendo-te, Tony.
Mas! (contudo, no entanto, não obstante, porém)
Mas para que raio serve o instrumento para além do que já foi dito? Para os joguitos da treta da App Store? Para as apps ligeiramente menos da treta do Cydia/Rock/AppTapp/etc. e derivados? Inútil! Pelo preço de um iTampon (repararam na mudança de tom?), compro um portátil a sério, daqueles que fazem tudo o que o iSanitaryTowel faz (se bem que talvez um bocadinho menos bem, e certamente menos "bonitamente") e muito (perdão,
muito) mais. De acordo, dá para ver páginas da net, mail, address book, photo viewer e e-book reader, mas convenhamos que não é o melhor instrumento para nenhuma das tarefas a que se presta.
OK, pronto, venha de lá o contraditório, Steve. Então se fosse widescreen ficava muito estranho "ao alto". De acordo, nisso também não mexia. Então meter lá uma porta USB levantava complicações de utilização a nível de drivers, por exemplo, no dia em que o utilizador quisesse instalar uma impressora ou um scanner. Mas pensem lá, o iPad nunca foi pensado para substituir um computador a sério, daqueles que dá para instalar periféricos e programas, mas que mal poderia haver em deixarem o utilizador enfiar lá uma pen? Se não querem introduzir o problema dos drivers, avisem o utilizador de que aquela porta em particular só serve para pen drives. E que alergia é que tendes à ideia de deixar o utilizador transferir e mover ficheiros a seu bel-prazer? Se absolutamente tendes que evitar que o utiliador aceda aos ficheiros do firmware e das Apps (por falar nisso, bom trabalho, tem estado a resultar impecavelmente!), metei-os numa partição a que o utilizador não consiga aceder pelo interface, mas dai-nos um bocadinho de controlo, caramba! É que até para meter um miserável ficheiro qualquer é preciso sincronizar o malfadado instrumento inteiro com o PC (o mesmo se aplica ao iPhone. Sabeis se isso mudou no 4?).
Bottom line: Pax vobiscum atque vale. Mas, antes disso:
Resumidamente, enfiem lá uma portinhola USB (para os utilizadores poderem transferir ficheiros entre iPads e PCs sem chatices), flash e suporte nativo para PDFs. Já nem me atrevo a pedir que expeditem o aparelho com um processador de texto e uma folha de cálculo incorporados (se bem que não fosse má ideia) e ainda menos Photoshop (mas digam lá que não era catita poderem instalá-lo?). Só queria que o instrumento fosse mais que um iPod Touch XL.
Vilões da Apple...
Mas olha, pronto, mudemos de assunto. Já que isto é um disco-bar, fica aqui um shot.

Este pago eu.
E agora, no fundo do post, a bottom line:
Pax vobiscum atque vale.